A história de Naamã: 7 lições de sua cura e seu encontro com Deus

Você conhece a história de Naamã? Neste nosso esboço sobre o orgulho de Naamã, usaremos a história desse grande general siro para refletirmos sobre como Deus quebra o nosso orgulho para nos achegarmos a Ele.

Em outro posto, falamos sobre Eliseu e o azeite da viúva. Agora, novamente, iremos falar de um evento que ocorreu durante o ministério desse profeta.

O orgulho é uma barreira para o agir de Deus em nossas vidas. A Bíblia é muita clara ao dizer que Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes (Tiago 4.6).

Como todos sabemos, o profeta Eliseu ordenou a Naamã que desse sete mergulhos no rio Jordão. Após o sétimo mergulho, ele seria completamente restaurado da sua lepra.

Entretanto, existiu todo um processo de Deus na vida de Naamã para que este quebrasse o seu orgulho e reconhecesse o senhorio de Deus em sua vida.

Podemos dizer que uma das características principais de Naamã, antes desse encontro com Deus, era a de ser uma pessoa orgulhosa.

Entretanto, essa história não é só sobre o orgulho e os problemas de Naamã, mas é principalmente sobre a maravilhosa graça de Deus, que nos busca, nos encontra e transforma as nossas vidas por completo. 

Homem valoroso, porém leproso

Naamã era o general do exército do rei da Síria, Ben-Hadade. Mais que isso, ele era um verdadeiro herói de guerra na sua nação. Na verdade, o próprio Deus havia usado Naamã para dar vitória aos siros – inclusive em guerras contra a própria nação de Israel. Era um homem extremamente bem-sucedido, que tinha o respeito de toda uma nação e de várias ao redor.

Entretanto, havia um gigantesco porém na vida de Naamã: Ele estava leproso. Não há nada que aflija mais o coração de uma pessoa como uma enfermidade. Quando estamos doentes, ficamos vulneráveis, frágeis, preocupados. Mas a lepra não era uma doença comum – era muito provavelmente a pior doença daquele tempo:

  • Atacava a pele, alastrando feridas infecciosas por todo o corpo;
  • Atacava os nervos periféricos, reduzindo a sensibilidade e a mobilidade;
  • Exigia completo isolamento, por ser altamente contagiosa;
  • Era vista como uma praga ou maldição.

Se você reparou bem, em uma só enfermidade estavam conjugados problemas físicos, sociais e espirituais. E, por mais que ele pudesse disfarçar, ele não conseguiria fazer isso por muito tempo, pois as chagas tomariam seu corpo.

A armadura de Naamã poderia até esconder sua situação, mas não a resolveria. O seu prestígio com o rei, a sua admiração por parte do povo, nada disso resolveria aquele problema – pois era uma enfermidade sem cura humana.

A primeira lição que tiramos sobre a história de Naamã é que, por mais importante e bem-sucedido que você seja, você nunca será autossuficiente. Você sempre dependerá de Deus. Nada pode suprir a presença de Deus em sua vida.

O sucesso em nenhuma área da vida compensa o fracasso de uma vida sem Deus. O orgulho do homem sempre busca se refugiar em bens materiais, fama e poder. Mas a provisão de Deus procura pessoas dependentes. Seja dependente de Deus.

Uma heroína anônima 

A história de Naamã começa a mudar quando uma menina que estava presa como escrava em sua casa lhe faz uma simples sugestão. Na verdade, essa menina israelita sugere à esposa de  Naamã que existe, em Samaria, um profeta que poderia curar a lepra. E esse profeta era o profeta Eliseu.

Essa heroína anônima não se deixa levar pelo ódio (pois foi levada de sua nação). Ela é uma verdadeira missionária. Leva uma Palavra de Deus para aquele homem aflito.

Não foi um sábio, um oficial real, ou mesmo um rei que leva a palavra de solução para a vida de Naamã. Foi uma menina estrangeira, escrava e com um simples comentário para levar Naamã em direção ao seu milagre. 

A provisão de Deus vem, muitas vezes, de formas que muitas vezes nem imaginamos. O orgulho humano procura soluções em pessoas imponentes. Nós gostamos de ouvir pessoas bem-sucedidas, que tenham autoridade em alguma área. Não que isso esteja errado.

Mas a provisão de Deus vem, muitas vezes, através da simplicidade. Deus usa pessoas simples, improváveis, fora do radar. E por que isso? Porque a excelência está no Deus que usa as pessoas, e não nas pessoas que Ele usa.

Não julgue o livro pela capa. Escute o que as pessoas cheias de Deus tem a falar ao seu coração. A provisão de Deus pode te surpreender.

Abrindo mão de seu orgulho

Naamã, então, decide deixar seu país e partir em direção a Israel. Eu fico imaginando o que deve ter se passado em sua cabeça: “ Estou saindo do meu país e indo pedir um favor a um reino inimigo e inferior ao meu…”.

Para que possamos ter a vida transformada pelo Senhor, precisamos abrir mão de coisas que para nós são importantes ou motivos de orgulho. Precisamos nos humilhar diante do Senhor. Humilhar-se, nesse contexto, não quer dizer passar por uma situação vexatória ou degradante. O sentido de humilhação aqui é o de se submeter à vontade de Deus. De reconhecer que Deus é grande e nós somos pequenos e limitados.

Buscando no lugar errado

A mente de Naamã era tão natural e limitada que ele vai diretamente ao rei de Israel. Não custa lembrar que os reis de Israel (o reino do Norte) foram todos maus diante do Senhor.

Como Naamã não conhecia o Deus de Israel, ele vai ao lugar mais natural possível para procurar por alguém influente e importante como um profeta famoso: na corte do rei. 

Ele vai até o rei de Israel para procurar a sua cura. O rei de Israel, outro que também não tinha visão divina, fica extremamente irritado e encara aquilo tudo como uma grande provocação.

O homem de Deus não estava no palácio. Não existia presença de Deus naquele palácio. A presença estava na casa simples do profeta Eliseu.

Quanto tempo perdemos buscando em lugares e pessoas erradas, que só nos distanciam mais da vontade de Deus? Ainda bem que o plano na vida de Naamã era tão grande que Ele mais uma vez interveio para lhe mostrar onde estava o centro da Sua vontade.

Não podemos comprar a bênção de Deus

Ao ficar sabendo de toda aquela confusão, Eliseu manda chamar Naamã até sua casa. Que contraste entre o luxo de um palácio e a humilde casa de um profeta?

Eu imagino que Naamã chega na porta da casa de Eliseu e imagina que seria fácil agradar o profeta. Ele talvez pensasse que poderia agradar Eliseu com seus presentes e seu dinheiro.

Meu querido amigo e minha querida amiga, não existe forma de surpreendemos ou impressionarmos a Deus. Se você quer agradar a Deus, existe uma coisa que Ele ama: a obediência. 

Deus não trabalha na lógica humana 

Tal deve ter sido a surpresa de Naamã ao ver que Eliseu sequer sai para encontrá-lo e apenas envia mensageiros. E o pior: trazem uma ordem aparentemente estranha: dar sete mergulhos no rio Jordão.

Talvez Naamã tenha pensado até que fosse algum tipo de piada. Mas a ordem de Deus para ele através do profeta era muito séria.

Além de ficar extremamente irritado, Naamã claramente mostra seu orgulho e incompreensão ao comparar os rios de sua terra ao Jordão. Para ele, não fazia sentido mergulhar em um rio tão turvo quanto o Jordão.

A história de Naamã poderia ter acabado aqui, não fosse mais uma vez a ação providencial de Deus. Mais uma vez, Deus usa um personagem anônimo para falar algo sensato.

Ora, pra quem estava impuro, o que custava mergulhar em um rio impuro? Pois esse é o nosso orgulho, totalmente sem sentido.

Devemos abrir mão do nosso orgulho e entender que Deus não trabalha na lógica do homem. Deus não está preocupado com o que nós achamos. Ele trabalha da maneira dele, da forma dele. Precisamos entender isso e parar de questionar a vontade de Deus.

Cumprindo a vontade de Deus por completo 

Naamã então resolve se humilhar mais uma vez e mergulha as sete vezes no rio Jordão. Não quero ser místico com o número sete, mas na Bíblia esse número representa um ciclo perfeito e completo.

Muitas vezes, queremos fazer a vontade de Deus pela metade. Mas a história de Naamã nos ensina que é preciso fazer tudo o que Deus nos manda fazer. 

Conclusão: o ponto mais importante da história de Naamã 

A história de Naamã nos chama muito a atenção por vários pontos, mas a coisa mais importante nela é a soberania de Deus e sua graça em trazer as pessoas para Ele .

O ponto alto da história de Naamã não é quando ele sai do rio Jordão com sua pele nova como a de um bebê. É quando ele glorifica e reconhece o poderoso Deus de Israel.

Mais do que deixar nosso orgulho e nossas convicções carnais de lado, que possamos honrar e glorificar o nome do Senhor. Afinal, esse é o motivo da nossa vida: glorificar o nome Dele.

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